No ano de 2018 foi marcado pelo agravamento da crise econômica, que levou à retração em investimentos e à eliminação de outros milhões de empregos no Brasil. Ao mesmo tempo que essa realidade é preocupante, alguns setores aumentaram o número de suas vagas.
De acordo com um estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e de Estatística, o IBGE, um número superior a 12,7 milhões de pessoas ainda permaneciam na busca de um emprego no trimestre que terminou em agosto.
Todavia, o mesmo período também registrou o aumento na contratação de setores como o industrial e a quinta queda consecutiva na taxa total de desemprego, ficando essa em 12,1%. Com isso, foram aproximadamente 112 mil empregos gerados quando comparado ao trimestre do mês de março a maio.
Conforme o IBGE, quem mais tem aberto vagas de emprego atualmente é aquele pequeno empregador, aquele que trabalha por conta própria e, ainda, o trabalhador doméstico. Porém, nesse meio, é registrado também o aumento da informalidade e do trabalho sem carteira assinada.
Esse é, inclusive, um efeito marcante da crise, uma vez que as pessoas precisam se inserir no mercado de alguma maneira para a sobrevivência. E em meio a um cenário eleitoral ainda não decidido, os dados coletados pelo Ministério do Trabalho dão conta de que o emprego com a carteira assinada e os anúncios que “pipocam” na internet refletem muito bem a tendência que é apontada pelos números do Instituto.
Por outro lado, isso não quer dizer que a crise tenha acabado. O movimento, apesar de intenso, ainda é muito pequeno para absorver todas as pessoas que não possuem um serviço. Porém, há de se ficar otimista com os focos de crescimento em segmentos como indústria, comércio e, ainda, no setor da tecnologia da informação, que anda em pleno aquecimento.
As vagas na indústria tiveram um crescimento no final do ano de 2017, por ser um momento de grande investimento e procura por mão de obra. Porém, no momento, o mesmo enfrenta estabilidade, devendo durar essa por um período aproximado de seis meses.
A exceção, ao que tudo indica, é a da indústria dos automóveis, uma vez que essa teve uma considerável recuperação e as vendas do segmento e exportações impulsionam a busca por mão de obra. Apesar dessa visão otimista, o quadro ainda não é o mesmo daquele encontrado na pré-crise, com o auge do segmento no ano de 2013 e 2014.
Atualmente, um dos grandes empecilhos para conquistar tal posição é a competitividade que aumentou, tanto fora como dentro do país. Além disso, há uma corrida pela eficiência e produção.
Em números, os empregos na indústria do transporte aumentaram 3,77% até o mês de agosto, com a geração superior a 17 mil novas carteiras assinadas. Assim, a alta registrada superou todo o setor industrial, que teve um aumento de apenas 0,25%. Nas empregadoras tradicionais, como é o caso das fábricas de calçados, confecções e têxteis, os saldos se mantiveram negativos.
Sem dúvidas, um dos setores que mais foram afetados pela crise foi o do comércio varejista. Porém, de agosto de 2017 até agosto de 2018, foram assinadas 61,3 mil novas carteiras.
Desde 2014, esse foi o primeiro saldo positivo do setor. A maior concentração de crescimento registrado é em supermercados e hipermercados. Tal fato é justificado pelo recuo nos preços de alimentos, mantendo o movimento freqüente nas lojas, necessitando assim de contratações inclusive daqueles que não possuem qualificação ou experiência em nenhuma área.
Porém, mesmo com os juros em queda e a inflação baixa, os investimentos ainda são tímidos, podendo-se enxergar uma recuperação do setor somente para o ano de 2020 em diante. Essas dificuldades podem ser refletidas inclusive no Natal, que é a época de maior venda das lojas.
Atualmente, a criação de cargos temporários têm sido afetados, mesmo sendo muito comum durante o período no setor varejista. São previstas 72,7 mil oportunidades até o mês de dezembro, o que representa um recuo total de 1,7% na comparação com 2017 e a metade das abertas em 2013.
No vestuário, da estimativa de 47,9 mil contratações temporárias, em 2018 serão mil oportunidades a menos. Já nos super e hipermercados, o crescimento é de 1,5 mil vagas a mais, sendo esperadas 11,5 mil oportunidades.
A estimativa da CNC é de que 19% de todos os trabalhadores com contratos temporários serão efetivados até o fim do ano. Em 2017 a contratação foi de 23% e, de 2009 a 2014, a média registrada foi de 32%.
A tecnologia da informação impulsiona atualmente a geração de empregos, uma vez que o movimento das contratações está aquecido há anos. Com vagas expressivas em qualidade e quantidade, foi registrado pela Catho, uma empresa voltada para classificados online, um aumento de 22% nos meses de julho de 2017 a julho de 2018. Os salários também subiram 6%.
Por aumentar a cada ano, a área de TI é vista como uma grande tendência no mercado. Os maiores crescimentos são notados nas contratações das seguintes funções: gerentes de TI, especialistas em informática, diretores de sistemas e engenheiros de computação.
E o melhor de tudo é que as oportunidades têm surgido tanto para os profissionais que não possuem qualquer experiência no mercado ou que estão em início de carreira, como aqueles já qualificados. As exigências normalmente solicitadas são: prática ou formação em Matemática, Engenharia da Computação e Ciências da Computação e inglês fluente.
Kellen Kunz
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