Lockdown horizontal pode paralisar o mercado de trabalho

Muito se tem falado na mídia sobre o termo “Lockdown”. Mas afinal, o que isso significa? Lockdown é um termo em inglês que nesse momento significa o fechamento de estabelecimentos comerciais. Há basicamente dois tipos de Lockdown: horizontal e vertical.

O Lockdown horizontal considera o fechamento generalizado do comércio em geral, mantendo apenas os serviços essenciais (supermercados, farmácias, hospitais, segurança pública, etc.). É basicamente a situação vivida no Brasil no fim de março de 2020. Neste caso, boa parte da população se encontra isolada em seus lares, que em muitos casos significa a não geração de renda. Muitos falam em “home office”, mas quantas pessoas realmente conseguem trabalhar de casa? Pensemos no cabeleireiro, no motorista de aplicativo, na manicure, nas mecânicas, lojas de departamento, entre muitas outras situações em que não se consegue renda através do home office. Será realmente a melhor alternativa o isolamento total?

Por outro lado, o Lockdown vertical considera o isolamento social apenas do grupo de risco (idosos, hipertensos, diabéticos, etc., ou quem conviva com eles), visando a não desaceleração da economia, ou em outras palavras, não gerando ainda mais problemas além dos que o vírus já está causando. Neste caso, apesar de nem toda a economia estar totalmente ativa, os impactos econômicos seriam bem menos intensos.

Mas afinal, o que seria mais eficaz? O que poderia ser o meio termo?

Não há dúvidas que o colapso da economia será muito mais prejudicial que o controle da doença. Já há pessoas começando a passar fome por falta de renda. Empresas já começam a demitir parte de seu quadro de funcionários por conta da crise. Outras empresas começam a reduzir os salários (em até 50%) assim como a jornada de trabalho. Caminhoneiros já possuem dificuldades nas estradas, e são justamente eles quem transportam as mercadorias que chegam na casa de todos os brasileiros.

Dito isso, vê-se que sim, é importante o Lockdown horizontal, porém, deve-se avaliar de uma forma local e não global. Dentro do Brasil existem vários “Brasis”. É um país de tamanho continental, e as ações não podem ser tratadas igualitariamente em todo o território inicial.

É necessário tratar o tema com cuidado, pois de um lado pode-se atravancar o sistema de saúde nacional, e de outro gerar um problema ainda maior que seria uma nova crise econômica não só brasileira como mundial. Isso geraria uma grande perda de empregos em massa, uma redução enorme do PIB, e consequentemente um colapso iminente iria chegar.

É importante o equilíbrio neste momento. Mas a prudência é importante. Precisa-se de dados claros (estatísticos) para averiguar quando será o momento ideal para se partir para um isolamento vertical. Possível que este momento esteja chegando, mas cautela é muito importante. É necessário coletar a opinião de especialistas e cientistas e tomar uma decisão sábia e que venha a causar o menor efeito negativo possível na população, seja em termos de saúde como de trabalho.

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