São peculiaridades dos jovens com relação ao acesso ao mercado de trabalho a sua agilidade e uma boa dose de ambição, mas segundo especialistas na busca de jovens talentosos, muitos ainda não correspondem a algumas características essenciais de um bom profissional, entre elas lhes faltam algumas habilidades técnicas e comportamentais.
São cinco as principais preocupações observadas por analistas desse mercado a partir de feedback de empresas e clientes. A primeira é o inglês não fluente. Esta é principal queixa das empresas contratantes. Embora alguns jovens selecionados tenham boa capacidade de leitura e compreensão do idioma, erros básicos na hora da conversação são bem corriqueiros, sobretudo, entre profissionais da área comercial, de Tecnologia da Informação, bem com da área de Engenharia.
Já o setor de finanças, fusões, aquisições, relações internacionais e marketing encontram-se mais pessoas com inglês fluente, segundo o headhunter Brunieri.
De acordo com Diego Leão, fundador do Personal Carreira, dominar um segundo idioma é um dos diferenciais mais importantes para quem quer decolar na carreira profissional.
Em um Programa de Trainee, por exemplo, dominar bem a língua inglesa é um dos requisitos essenciais para participar dessas seleções que são a porta de entrada para a carreira dos jovens.
Um segundo ponto que impacta na hora de contratar é que os jovens têm um conhecimento superficial e não profundo da informação. Isso se deve ao fato de que por apesar de serem jovens eles não buscaram se aprofundar em temas mais técnicos. A situação é mais complicada em setores técnicos e de suporte em finanças, TI e Engenharia.
Segundo Diego Leão (headhunter) o jovem deve focar em se especializar nos seus pontos fortes, explorar e se aprofundar naquilo que gosta e faz bem. Para Diego, muitas vezes os jovens perdem muito tempo estudando assuntos que têm mais deficiência. Isso é um erro, diz Leão.
Um terceiro elemento é a falta de concentração durante o expediente. Perder tempo em redes sociais e troca de mensagens que não tem nada a ver com o trabalho faz com que a produtividade no trabalho caia. O jovem precisa ser proativo e está engajado naquilo que vai dar lucro a empresa.
O quarto problema encontrado pelo fundador da Personal Carreira é a expectativa de crescimento descolada da realidade. Isso se dá quando há um choque entre a ambição exagerada de crescer na empresa e o que esta tem a lhe oferecer.
É importante que o jovem procure traçar metas e objetivos de carreira. Para isso ele deve levar em conta o tempo médio necessário para fechar ciclos e evoluir profissionalmente. E isso varia de acordo com o segmento, de acordo com Brunieri. Indústrias de base, setor de bens de capital e de mineração são tradicionalmente mais conservadores em relação ao tempo necessário para ser promovido, segundo o headhunter. Já empresas de tecnologia e do mercado financeiro permitem ascensão mais rápida.
O quinto e último ponto desfavorável em relação aos jovens é que eles apresentam pouco comprometimento com a empresa. Uma das principais preocupações dos departamentos de recursos humanos é em relação à alta rotatividade de pessoas. Isso porque os jovenstrocam de emprego, muitas vezes, diante do primeiro conflito profissional.
Para Brunieri, mais relevante do que o comprometimento com a empresa, é participar de projetos que façam sentido. A boa relação com o gestor direto também ganha relevância. Assim, para evitar desilusões, o conselho é olhar para estes aspectos antes mesmo de vestir a camisa da empresa. Isso porque, quando as mudanças de emprego são constantes, as chances de decolar na carreira profissional são reduzidas.
Por Alexandre de Sá
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